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Pré-compreensão

O conceito hermenêutico de pré-compreensão está ligado a um contexto comum de compartilhamento de significados. A pré-compreensão habilita hermeneuticamente a troca de mensagens com sentido. Este contexto é, em última instância, a própria situação do nosso ser no mundo com os outros, ou seja, o nosso modo de existência enquanto seres comunicativos.

 

Tradição filosófica: Filosofia da cultura. Filosofia da linguagem.

 

Corrente epistemológica: Hermenêutica. Teoria do significado.

 

Fonte: CAPURRO, Rafael. On the genealogy of information. In: KORNWACHS, K.; JACOBY, K. (Eds.). Information. New Questions to a Multidisciplinary Concept. Berlin: Akademie Verlag, 1996. p. 259-270

Poder informacional

O fenômeno da informação está ligado ao poder. Essa relação tem duas perspectivas, uma vertical, onde as mensagens são hierarquicamente impostas, e uma horizontal, onde as mensagens são livremente trocadas. Uma genealogia da informação tem a tarefa de explorar os mecanismos de poder no processo de informação sob estes dois pontos de vista em seus múltiplos aspectos. A análise genealógica mostra que não há nem verticalidade pura nem horizontalidade pura, assim como não há desenvolvimento linear e/ou ideal de uma estrutura vertical para uma horizontal.

 

O discurso da informação é um discurso de poder baseado na dissolução de uma estrutura social idealizada da “humanidade em si”, conforme projetada pela modernidade. A informação é o reverso dessa ideologia. Parece caótico, isto é, orientada individualmente, entretanto, a informação é baseada no poder como tal e em seu signo externo, o dinheiro. O discurso da economia da informação desloca e desencoraja a ideia da informação como um bem social, dando a impressão de uma estrutura não hierárquica e impotente, onde todos têm a chance de encontrar a mensagem que estão procurando. Mas, de fato, isso significa que, finalmente, os mensageiros são o ponto principal, o meio é de fato a mensagem. Mas através da mídia, incluindo nossas superestradas de informação (information superhighways) presentes e futuras, como prometidas por Al Gore, todos os tipos de monopólios e estruturas de poder estão em ação.
 

Tradição filosófica: Filosofia política.

 

Corrente epistemológica: Hermenêutica. Genealogia da informação. Economia-política da informação.

 

Fonte: CAPURRO, Rafael. On the genealogy of information. In: KORNWACHS, K.; JACOBY, K. (Eds.). Information. New Questions to a Multidisciplinary Concept. Berlin: Akademie Verlag, 1996. p. 259-270.

Pensamento

O ato de pensar não é nada que aconteça em um espírito isolado, que seja pura especulação ou loucura. Pensar é o produto de receber e comunicar mensagens de acordo com o próprio juízo.

Tradição filosófica: Filosofia Ocidental. 

Corrente epistemológica: Hermenêutica ; Filosofia da Linguagem

Fonte: CAPURRO, Rafael. Ethical aspects of digital libraries. In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON CONCEPTIONS OF LIBRARY AND INFORMATION SCIENCE, 3., 1999, Dubrovnik (croácia). Anais... . Zagreb, Lokve: T. Aparac, T. Saracevic, P. Ingwersen, P. Vakkari, 1999. p. 39 - 53. Disponível em: <http://www.capurro.de/diglib.htm>. Acesso em: 30 abr. 2017

Paradigma Hermenêutico-retórico da Informação

Ao contrário da ideia de informação como uma esfera descontextualizada ou independente de circunstâncias, o paradigma hermenêutico-retórico da informação salienta a relevância da contextualidade (incluindo dimensões culturais, estéticos, éticos e políticos) para a construção dos significados informacionais. A informação é a articulação de uma prévia pragmática da compreensão de um mundo compartilhado comum. Informar, em um sentido hermenêutico-retórico, significa temática e situacionalmente compartilhar um mundo comum. E “estar informado” significa partilhar de um fundo comum de potencialidades para ser-no-mundo-com-os-outros.

 

Tradição filosófica: Filosofia da linguagem. Filosofia da cultura.

 

Corrente epistemológica: Hermenêutica. Retórica.

 

Fonte: CAPURRO, Rafael. What is Information Science for? a philosophical reflection In: VAKKARI, P.; CRONIN, B. (Ed.). Conceptions of Library and Information Science: historical, empirical and theoretical perspectives. London, Los Angeles: Taylor Graham,1992. p. 82-96.

Paradigma Cognitivista da Informação

O paradigma cognitivista da informação aborda o sujeito cognoscente como uma espécie de substância ou coisa separada dos objetos de conhecimento, isto é, traz a ideia de que os objetos do mundo exterior estão representados na mente do sujeito. A informação aconteceria através da troca entre as representações mentais com os objetos do mundo exterior, pois, a informação seria a ideia do objeto representado na mente dos sujeitos cognoscente.

 

Tradição filosófica: Filosofia da mente.

 

Corrente epistemológica: Mentalismo.

 

Fonte: CAPURRO, Rafael. What is Information Science for? a philosophical reflection In: VAKKARI, P.; CRONIN, B. (Ed.). Conceptions of Library and Information Science: historical, empirical and theoretical perspectives. London, Los Angeles: Taylor Graham,1992. p. 82-96.

Paradigma representacionista da informação

De acordo com o paradigma da representação da informação, os seres humanos são conhecedores ou observadores de uma realidade exterior. A realidade é “re-apresentada” de uma perspectiva fora do mundo. O processo de conhecimento consiste em uma assimilação das coisas através das representações no cérebro do sujeito cognoscente (mentalismo). Essas representações, uma vez processadas ou codificadas no cérebro, podem, então, ser comunicadas a outras mentes ou armazenadas e processadas por máquinas.

 

Tradição filosófica: Filosofia da mente.

 

Corrente epistemológica: Mentalismo.

 

Fonte: CAPURRO, Rafael. What is Information Science for? a philosophical reflection In: VAKKARI, P.; CRONIN, B. (Ed.). Conceptions of Library and Information Science: historical, empirical and theoretical perspectives. London, Los Angeles: Taylor Graham,1992. p. 82-96.

Paradigma platônico da informação

O paradigma platônico da informação gira ao redor da “informação em si”, de status ontológico similar às leis da lógica e cujo o espectro de problemas se dão a partir da relação entre o “mundo em si” e o mundo do sujeito cognoscente. Este paradigma pode ser tratado de dois modos: objetivista e idealista. Por objetivista, entende-se que o paradigma platônico da “informação em si” é da esfera do conhecimento humano alheio aos processos biológico, psicológico ou sociológico, todavia, objetivado em portadores não-humanos. Podemos chamar a versão objetivista, paradoxalmente, de “platonismo materialista”. O outro modo de ser tratado é como idealista. A versão idealista deste paradigma considera o conhecimento como algo objetivo em si mesmo, independentemente de qualquer operação material.

 

Tradição filosófica: Filosofia clássica.

 

Corrente epistemológica: Platonismo.

 

Fonte: CAPURRO, Rafael. What is Information Science for? a philosophical reflection In: VAKKARI, P.; CRONIN, B. (Ed.). Conceptions of Library and Information Science: historical, empirical and theoretical perspectives. London, Los Angeles: Taylor Graham,1992. p. 82-96.

Paradigma fonte-canal-receptor da informação

O paradigma fonte-canal-receptor está principalmente interessado no impacto provocado da informação no receptor. Ao mesmo tempo, os receptores são os usuários de informação, preocupados em resolver seus problemas. O paradigma fonte-canal-receptor converte o fenômeno da comunicação humana em uma metáfora a fim de ser aplicada em diferentes níveis de realidade. Quando os humanos ou não-humanos se comunicam é dito que trocam informações. Para que o receptor entenda o significado da mensagem enviada pela fonte, um estoque comum de sinais tem de existir. A troca de informação pode ser considerada apenas em relação com a estrutura da mensagem. Neste caso, falamos de informação sintática. Enquanto aplicação, a cibernética trata esse paradigma de forma dinâmica, em geral, na relação entre homens e máquina, e o construtivismo descreve a autogeração de organismos (autopoiésis) com seu mundo (entorno) de uma maneira similar. Portanto, não há mundo lá fora para ser representado, apenas o mundo como o organismo vê ou constrói para seus próprios fins de sobrevivência.

Tradição filosófica: Angelética.

 

Corrente epistemológica: Teoria da Comunicação.

 

Fonte: CAPURRO, Rafael. What is Information Science for? a philosophical reflection In: VAKKARI, P.; CRONIN, B. (Ed.). Conceptions of Library and Information Science: historical, empirical and theoretical perspectives. London, Los Angeles: Taylor Graham,1992. p. 82-96.

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Retórica

A Retórica representa uma base para todo o pensamento informacional. Em sua “Retórica”, ele [Aristóteles] legitima diferentes tipos de formas de comunicação, tais como a fala deliberativa, jurídica e laudatória, cujo objetivo é ensinar ou informar (!), influenciar e agradar. A retórica aristotélica oferece uma estrutura para a fundação da Ciência da Informação.

Tradição filosófica: Filosofia Antiga ; Filosofia da linguagem ; Filosofia da informação.

Corrente epistemológica: Teoria da linguagem ; Epistemologia da Ciência da Informação. 

Fonte: CAPURRO, Rafael. On the genealogy of information. In: KORNWACHS, K.; JACOBY, K. (Eds.). Information. New Questions to a Multidisciplinary Concept. Berlin: Akademie Verlag, 1996. p. 259-270.

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